“Foi como qualquer outra gripe”
"O segredo é respeitar os ciclos,ficar em casa, tomar remédio e manter a higiene”, explica Marina
A assistente de recursos humanos Marina Panseira Figueiredo Roussenq, 26 anos, adquiriu o vírus da nova gripe em uma viagem a Buenos Aires, na Argentina, durante o feriado de Corpus Christi. Ela foi o primeira caso confirmado da Influenza A em Tubarão e na Amurel. Recuperada, agora é
Marina quem leva informação aqueles que ainda tratam os outros com preconceito. Por isso, mostrar o rosto e contar o houve é atitude de mérito. “Na Argentina tinham muitos casos naquela época (junho) e a preocupação era maior. No aeroporto respondemos a uma lista de perguntas. Lembro que voltamos no domingo e já na
terça-feira seguinte ela começou a apresentar os sintomas”,lembra o marido Jean Marcel Rousseng.
Como Marina era praticamente um caso raro em junho, conta que sentiu um certo despreparo no sistema de saúde para lidar com situações como a que ela estava. “Acredito que por ser novidade e também por não ter tanta informação na época, os profissionais não sabiam como proceder. Hoje, vejo que a cidade está preparada”, compara.
Quando saiu o resultado, duas semanas após o exame, Marina já estava curada. “Nem cheguei a tomar o tamiflú”, lembra. Mesmo assim, muitos de seus amigos e colegas
não levaram a sério sua melhora. Entre a família, Marina foi a única a desenvolver a doença. Os dois filhos e o marido, que também viajaram para a Argentina, não tiveram nada.
Marina trabalha em uma empresa com 300 funcionários e foi a única a adquirir o vírus. Ainda assim, não foi entre os colegas que sentiu maior preconceito, mas sim da escola dos filhos. “Fiquei de licença durante 15 dias. Senti-me discriminada,
principalmente na escola, com os meus filhos. Alguns pais me perguntavam porque eu estava circulando no colégio. Até boatos de que os meus filhos estavam gripados foram
feitos. Lamentável”, pontua Marina.
Matéria impressa no jornal Notisul, Nº 2.754, ANO 10, quinta-feira, 13 de 2009.