quinta-feira, setembro 18, 2008
E-SQUINA
Mais uma vez Curitiba terá uma semana inteira voltada à música eletrônica e a arte eletrônica, do dia 22 ao 27 de setembro. O evento promovido no Sesc da Esquina trará shows, fóruns de discussão, palestras, exposições e workshops. Para quem tem interesse pelo tema e quer aprender e conhecer um pouco mais, vale a pena conferir, a entrada é gratuita. Informações:(41) 3304 2227/3304 2222.
Conceitos, festas e afins...
Essa sexta-feira, 19, o Metropolis Project em parceria com o DJ Flash (Penélope-Ibiza de Copacabana/RJ) promove no Mahatma Electro Lounge a festa: We play house.
Na próxima sexta, é a vez do núcleo Synthetic Side Slow Tech, gravadora RMS Underground oficializar o lançamento do núcleo. Para começar trazendo sonoridades de qualidade dentro da linha, além dos DJs do núcleo e convidados locais quem estiver na festa poderá curtir o som da dupla carioca Cicero Chaves e Krishina Baby, com o projeto: Freakslum live (11hz records), além do produtor Gaz James(UK). Outro núcleo também de techno, só que uma geração mais nova, o Voiceful, fará sua segunda festa, dessa vez no sábado 27, no El Mago. Bom para quem quer ouvir o som de DJS locais e ainda gastar pouco.
Vamos valorizar o que é nosso! Dar um basta a esse tabu pré-conceituoso onde somos condicionados a pensar que o que vem de fora é melhor. Somos tão capazes quanto!
PLUR!!!
quarta-feira, setembro 17, 2008
E o Skol Beats, será que vale a queda?
terça-feira, setembro 16, 2008
Tribaltech supera expectativas e pode se tornar um festival no futuro
Às dez da manhã abriram-se os portões da fazenda Heimari, e de mancinho os primeiros bpms começaram a surgir. Ainda com o frio da capital paranaense os Djs curitibanos abriram as pistas do evento que seria nas próximas 20 horas a maior celebração da música eletrônica no sul do país.
Desde o início da festa vários funcionários auxiliavam os carros no estacionamento que suportava até quatro mil veículos. A portaria foi bem dividida de acordo com o local determinado no ingresso: mainstage, backstage ou camarote. Não houve transtornos para entrar na festa. Logo na entrada já se via o parque de diversões que era livre para quem tivesse a pulseira do backstage ou camarote, ou para quem comprasse o ticket por dez reais.
Aos poucos os 80 mil watts de potência começam a dar vida ao local. A pista principal ganha energia com as batidas de tech house do DJ e produtor do evento, Jeje. Rodrigo Nickel abre o Lado B Stage com traços minimalescos. E a tenda 3 Plus/Mag é embalada ao som do DJ Bira. “Foi bacana abrir a pista. As pessoas que chegaram cedo puderam conferir o backstage ainda enchendo, gente bonita dançando e curtindo o som”, empolga-se Bira.
Ele que vem acompanhando a festa a cada edição afirma que melhora a cada ano. “Isso acontece porque os proprietários têm a visão que em um futuro próximo eles possam oferecer o que a de melhor ao público de todos os tipos de música eletrônica, sempre inovando com tecnologia, artistas e buscando surpreender com alguma novidade”, completa o Dj.
Com a decoração voltada à tecnologia, com torre de leds, cubos coloridos e telões com imagens psicodélicas de alta definição encheram os olhos do público que observava atentamente a cada detalhe. Caminhando em meio à multidão era uma constante escutar um ou outro elogiando e desacreditando a beleza tecnológica proporcionada em todos os cantos da festa.
Uma estrutura gigantesca ocupava o centro da pista principal com um bungee dome, que divertia os aventureiros vidrados em adrenalina a dar giros e mais giros ao som de: Sub 6, Bizarre Contact live, Wrecked Machines (live), Dali (live), Atomiculture (live), Dimitri Nakov (live), Headroom (live), X-Dream (live), Oliver Klein, Anthony Rother (live), Gustavo Bravetti (live), Audio Jack, Trick and Kubic e Boris Brejcha (live).
O projeto de full on trance da África do Sul, Headroom trouxe à pista a essência das festas open air de antigamente. O DJ que entrou em total conexão com o público afirmou que para ele é difícil acreditar que tantas pessoas gostem de sua música. “Essa festa é única, não existe isso em outros lugares do mundo, estou muito feliz por estar fazendo parte disso”, alegra-se Headroom.
Kátia Silva, que estava curtindo o mainstage com seus dois irmãos, ficou admirada com o som e com a estrutura da festa. “Nossa está tudo perfeito”, alegra-se a jovem que afirma estar sempre presente nas edições da Tribaltech.
Além dos brinquedos, durante toda a festa houve vôos de helicóptero e saltos de bungee jump. Com o decorrer das horas as filas cresciam gradativamente, mas com o som sempre presente a galera não perdeu a motivação e teve gente que saindo de um brinquedo já entrava na fila de outro. Como foi o caso de Bruna Riella, moradora da praia do Rosa em SC, que veio especialmente para festa. “Esses brinquedos são uma delícia, não dá vontade de parar”, confessa.
Na pista Lado B Stage: Rodrigo Nickel, Dimitri Nakov, Dahan, Gabe live, Gabe dj set, Perfect Stranger dj set, Gugha, Rodrigo Carreira e Rolldabeetz trouxeram as novas tendências do minimal techno.
Por volta das 19h, o som psicodélico e progressivo de Yuli Fershtat, do projeto Perfect Stranger, traz um novo ritmo ao Lado B Stage e faz com que a lotada pista alternativa faça movimentos sincronizados transformando todos em um só elemento. “Essa festa está maravilhosa, foi a melhor de todas as vezes que já toquei longe de casa”, conclui o israelense que afirma amar o Brasil pela simplicidade das pessoas.
Logo após Yuli, o Dj Guga, subiu ao palco trazendo músicas novas de Chris Lake e Poppof, além é claro do som de David Amo e Júlio Navas. O DJ que preparou músicas ainda inéditas para o evento alegra-se com a quantidade de público. “Alguns sons que toquei hoje ainda não foram lançados, estou gostando muito, a festa está animal. Está tão boa quanto balada feitas no eixo Rio/SP”, explica.
A equipe de limpeza trabalhou tempo integral, 150 banheiros químicos foram disponibilizados, mas mesmo assim, não foram suficientes, em alguns momentos de pico as filas chegaram a 20 minutos de espera.
Silvana Momo chegou à festa por volta das 13h, para a jovem quase tudo foi perfeito, se não fosse a fila dos banheiros. “A festa está nota 10! Só não entendo como a fila do banheiro do backstage pode estar maior do que a fila da pista principal. Deveriam ter mais banheiros femininos”. Silvana deixou claro que na próxima festa pagará um pouco mais para ficar no camarote. “No camarote sim não tem fila, essa será a minha próxima escolha”, completa.
Eldo, o proprietário da fazenda, estava presente durante o evento e disse que o local da festa é de sua família há quatro gerações. “Essa terra aqui já foi de meu bisavô, depois ele dividiu entre os filhos.” Eldo que afirma não entender de música eletrônica não se incomoda com o evento, mas espanta-se com a quantidade de pessoas em sua casa. “Nunca vi o quintal de casa com tanta gente”, diverte-se o morador.
O DJ Boris Brecha foi escolhido pelo público da comunidade oficial da festa no orkut, como a melhor apresentação do mainstage, logo depois dele é citado o projeto live Wreked Machines (Gabe), que também tocou seu set de minimal techno no backstage, na pista Lado B Stage. Eleito também como a melhor apresentação, com 36% dos votos. Logo em seguida Perfect Stranger foi o segundo mais votado com 32%. Já na pista 3Plus/Dj Mag foi unânime a escolha dos internautas pelo projeto live de Gui Borato com 66% dos votos e Fabrício Peçanha com 18%. O paulista Bruno Vinícius Correa ficou em estado de êxtase com a apresentação do veterano Gui Borato. “Gostei muito do som dele, nunca tive a oportunidade de escutar ao vivo, realmente é muito bom”, alegra-se Bruno.
Por volta das 23h, um jovem teve um desmaio entre as duas pistas do backstage, enquanto as pessoas tentavam despertar o desmaiado, outros foram à procura de ajuda. Foi uma cena incrível, em cinco minutos o socorro chegou e o rapaz foi encaminhado por Bombeiros e agentes da Polícia Militar à tenda médica para maiores cuidados. João Henrique Passos presenciou tudo. “Gostei de ver a agilidade dos bombeiros e a rapidez no atendimento. Não achei que isso iria ser resolvido tão rápido, ainda mais com essa quantidade de gente”, alegra-se João.
No local havia uma delegacia móvel que trabalhou durante toda a festa. Segundo a organização do evento, não houve grandes problemas. “Nada grave, somente algumas apreensões de substâncias ilícitas e as pessoas foram encaminhadas à delegacia”, explicou Fernanda Paludo, da organização do evento.
Após a meia noite de sábado para domingo o DJ Leozinho tocou os últimos bpms da pista 3Plus/Mag. Aline Zilli que veio de Foz do Iguaçu especialmente para o evento chateia-se com o encerramento da pista. “É minha primeira Tribal, estou adorando a tenda 3Plus/Mag, que pena que vai acabar”, lamenta a jovem.
Enquanto isso o projeto de Soundman Pako e Fabo Px, o Rolldabeetz fecha o Lado B Stage com seu som recheado de groove. Deixando um gostinho de quero mais. Nesse momento o mainstage se torna o ponto principal da festa e os poucos que não se dirigem para a pista descansam no lounge ou aproveitam para fazer uma boquinha na praça de alimentação, que atendeu a todos os gostos.
Dentre as apresentações conferidas pelo Dj Bira, as que devem ser destacadas são: Gabe, Oliver Klein, Antony Rother e Audiojack. “Gabe foi muito bom, som serio com qualidade, já o Oliver klein para mim foi o auge da festa, um DJ com mixagens perfeitas e um repertório de deixar a galera de queixo caído. Em seguida assisti ao Anthony Rother que foi uma apresentação muito legal , Gustavo Bravetti que também foi boa e para finalizar vi o Audiojack que foi excelente”.
Os ingleses do Audiojack mostraram o porquê são tão famosos. Com suas produções repletas de vários de estilos, apresentaram um DJ set impecável. Logo após os alemães de Berlin Trick e Kubic transformaram o som com uma pegada mais electro minimal.
Até que sobe ao palco mais um alemão, só que dessa vez mascarado. Boris Brejcha hipnotizou a platéia com seu som minimalista. Ele que abriu seu live com uma música do seu novo projeto de nome Ana, segundo o próprio, mais experimental, confessa que se emociona por estar no Brasil. “Aqui as pessoas são mais mente aberta. Na mesma festa que se toca som psicodélico, baixa-se os bpms. Isso não existe na Europa”, explica. Boris Brejcha. “Eu gosto muito de tocar e hoje foi a primeira vez que toquei para tanta gente, nem sei como descrever, isso é ótimo”, alegra-se Boris.
De acordo com a organização, 956 pessoas trabalharam na edição de 2008, contando com artistas, produção e prestadores de serviço. Bruno Pereira trabalhou no stand de sushi da praça de alimentação. Foi a primeira vez que trabalhou em uma festa rave. “Estou gostando mesmo cansado por estar horas aqui em pé a galera é gente boa e o som está cada vez melhor”, confessa.
Os bares funcionaram todo o tempo atendendo mais de 16 mil pessoas. Mesmo com um número tão elevado, não tiveram grandes filas. A única reclamação foi quanto ao preço da água mineral, a cinco reais a garrafa. Sendo esse um dos tópicos da comunidade oficial da festa no orkut sobre algo que realmente incomodou o público.
Ao todo foram arrecadadas 10 toneladas de alimentos (lembrando que os estudantes não doam) e R$ 3.423,00 com as cortesias sociais. “Ainda estamos trabalhando com a entrega das doações que arrecadamos, um relatório geral será postado no nosso site até no máximo a semana que vem”, explicou Fernanda Paludo uma das responsáveis pelo evento.
Segundo ela, os quilos arrecadados serão encaminhados a várias instituições. “Os alimentos estão sendo distribuídos ao Fundo Social da Prefeitura de Piraquara, Entidade Fraternitas (Piraquara) e Assossiação Amigo Animal. Com o valor que arrecadamos em dinheiro, serão comprados materiais específicos da necessidade das Ongs e tudo estará devidamente comprovado na seção AÇÃO SOCIAL do nosso site”, detalha Fernanda.
A Tribaltech quebrou o recorde alcançado no ano anterior de 15 mil pessoas, passando dos 16 mil nesta última edição. Ao todo foram 29 atrações, 14 internacionais e 15 nacionais, em 20 horas de festa. Ao longo de seus cinco anos de existência, a Tribaltech já totalizou14 festas. Dessas, quatro edições especiais de aniversário, como foi o caso dessa do último sábado, 23 de agosto.
A edição 2008 trouxe mais tecnologia, diversidade de som, de público e uma estrutura nunca vista. A festa foi elogiada por todos, desde público a DJs, nacionais, internacionais e funcionários. E tem mais, de acordo com Fernanda Paludo, a festa pode sim se tornar um festival.
Nem mesmo o frio curitibano expulsou o público que continuou enérgico mesmo que com batidas mais lentas do minimal até os últimos minutos das seis horas da manhã de domingo que foi quando os brinquedos pararam, as luzes se apagaram e o sol nasceu para mais um dia.
Review: Respect - Mistura de cores, tribos e formas
Devido a problemas técnicos, a abertura do chill out e da pista tiveram atraso, mas não deixaram a desejar. Para o ambient stage o grupo Pilse de São Paulo em parceria com hare crishna deram abertura ao espaço voltado para meditação e relaxamento, com sons de mantras indianos. Seguindo esse contexto, ao som de violino, flauta, percussão e DJ set, o projeto Pilse e os artistas do salamandra iniciaram a celebração com um círculo de pessoas embaladas ao som orgânico deram boas vindas a respect. “Essa apresentação foi uma mistura de som dos monges tibetanos, índios da Amazônia e flauta com o som dos Andes. A junção foi um som orgânico baseado no transe.”- explica Goedi do grupo Pilse. Para Gisele Tressi, o início da festa foi algo único – “Curti muito a abertura, o circulo com as mãos dadas, as palavras da menina sobre energia e também quando queimaram as palavras do tema da festa, foi inesquecível”. Já Flávio Livovschi, que chegou as quadro horas da manhã e participa pela primeira vez de uma rave, diz que nunca imaginou que a festa poderia ser tão diferente – “Vim acompanhar minha amiga, não imaginava que seria assim, o pico é lindo e o astral está ótimo! Adorei o ritual do amanhecer.”
A luz negra e os efeitos visuais produzidos no dance floor estavam em total harmonia com o som, que com a entrada do veterano DJ Swarup movimentou a pista com seu set de Goa, feito especialmente para o evento.“Para mim essa apresentação foi uma das melhores de muito tempo, a música mais nova que toquei foi de 1998.”- orgulha-se Juarez.
A decoração seguiu a temática psicodélica dos anos 60, com panos gigantescos de artistas marcantes da época, figuras hindus, mandalas e animais em 3D. Cesar, um dos artistas da decoração fez o “macaco minhoca”, especialmente para o evento: “Eu já havia feito outro animal em 3D para o UP, agora aprimorei a idéia e trouxe a respect” – comenta ao lado de sua obra de cinco metros de extensão. A estrutura dos palcos foi montada pelo pessoal de Brasília, já as mandalas e decorações, pelas equipes Kundalini, Geômetra e Guerra.
Durante toda a manhã de domingo o ambient stage estava enérgico e dançante com pegadas de electro break e funk. Com o passar do tempo, o som foi se transformando em sons mais leves, um verdadeiro templo. O Chillas, assim como a pista estava em sintonia com a temática e o clima de festival, decorado com panos de deuses Indus, muitas cores, luz negra e deliciosos aromas de incensos que eram constantemente acesos durante a festa. Ao lado do chill out foram colocadas tendas de comida, artesanato e meio ambiente.
No meio da manhã, Renan Teixeira e sua equipe fizeram uma demonstração de suspensão, onde penduraram um dos rapazes por dois cabos que passavam por suas costas. O público ficou atento a toda apresentação. Para muitos, foi só mais uma atração da festa, já outros se assustaram com o que viram, como foi o caso de Nicole Aun, que nunca havia presenciado uma suspensão “Estou chocada, me deu até dor de estomago”. Renan, que tatua há quatro anos e faz suspensão há dois, afirma que essa é uma forma de viver - “Não é loucura é estilo de vida” – complementa.
Além da pista e do chill out, o evento dispôs de área para estacionamento, portaria, praça de alimentação, espaço para yoga, tendas alternativas com amostra de artesanato, malabares, projetos voltados ao meio ambiente e stands de roupas. Samuel Lopes, 26, estava longe das raves há 10 anos e diz que de lá pra cá mudou muito. “Desde a minha última festa há uns 10 anos, eu não sentia a “pseudo” liberdade que a festa proporciona, as estruturas estão maiores, o número de pessoas cresceu muito e principalmente as atividades dentro da festa, isso não existia antes”. Já a freqüentadora Erica Maidlinger, achou a festa bem diferente e misturada: “Achei o povo mais eclético, a festa remeteu mais a essência do trance”. Mesmo com o som de primeira, algumas coisas ficaram em haver, como observa o freqüentador assíduo de festas Ricardo Alberti – “Fiquei uma hora na fila para comprar bebida, quando chegou minha vez tinha acabado a água no meio da tarde. Faltou caixas e mais pessoas no bar” – reclama. Lucas Toledo disse que estava indo embora da festa por estar com fome e não ter o que comer e beber. “A vibe ta boa, eu não queria ir embora, mas é o cúmulo que às cinco horas da tarde não tenha mais nada na praça de alimentação, nem ficha mais eles estão vendendo”- reforça o tranceiro.
De acordo com Murilo Ganesh, da organização da respect, a festa não estava preparada para um número tão grande de pessoas. “Erramos na logística, não estávamos preparados para tanta gente. A venda de ingressos antecipados foi de 2.200 até quinta-feira à noite, mas durante a festa calculamos de 3.000 a 3.500 pessoas!” – esclareceu o organizador.
O DJ Shove não compareceu, mas mesmo assim o público pode prestigiar o projeto 28 – Twenty Eight, dos DJs Pedrão e Shove, tocado unicamente por Pedrão que não deixou a pista parar por nem um minuto. “É a primeira vez que toco sozinho, foi algo diferente e muito especial” – empolga-se. Pedrão que está com o set bem psicodélico defende a linha psicodélica, que de acordo com ele está sendo apagada por outras ramificações. “Acredito na luta pela resistência do psicodélico no transe” – complementa Pedro.
Logo após sobe ao palco o live de psy: Heterogenesis, dos argentinos de Buenos Aires Alejandro Galvani e Jeorge Uena. Alejandro disse que essa foi a primeira vez que se apresentam na respect, mas que não será a última. Durante a festa tocaram duas tracks novas com pegada mais groove. “As músicas novas ainda estão sem nome” – explica Alejandro. Paralelo a esse projeto, Alejandro tem o Cosmos Vibration, um live de full on com mesclas de goa.
O sol tomou conta de toda a festa e foi à vez do conhecido live: Burn in Noise. O DJ Gustavo Manfroni mesclou músicas do novo álbum: “Passing Clouds”, com pegadas mais sérias e psicodélicas. E o público respondeu a cada track dançando muito.
Durante a tarde, na apresentação do DJ Edu (RESPECT/FOP), bolhas de sabão se espalhavam pela pista, juntamente com girassóis, e flores de variadas cores e tamanhos. A vibe da festa estava contagiante, a pista que não parou um minuto se quer. Para finalizar seu set, Edu terminou com o clássico “Maluco Beleza” de Raul Seixas. Depois dele, entrou o projeto Lógica, live dos irmãos gêmeos Bhaskar e Alok. Os meninos que começaram a tocar em janeiro de 2004, mostraram que o incentivo dado por Pedrão, Zumbi e pelos pais não foi em vão. Eles aprimoraram sua música e dominaram o mainstream. Para o DJ Smurf, o live Lógica foi à melhor apresentação da festa “Com certeza o som deles é o melhor de hoje” – comenta Smurf. A dupla que diz procurar uma linha séria está sempre alterando suas apresentações. “Sempre mudamos alguma coisa no live porque é sempre uma nova experiência, nunca é igual, cada vez é uma reação única”- revela Bhaskar. O ápice da apresentação foi à música Smack My Bitch Up (Logica RMX), a pista entrou em delírio! “Essa foi uma das melhores apresentações, estou muito feliz” – completa Alok logo depois de deixar o palco.
Enquanto isso, o chill out estava recebendo o grupo paulista Pedra Branca que depois de quase uma hora de preparação mostrou seu som único e envolvente. Com mesclas de músicas novas e antigas.
Logo após o sol se por, Etay Harari, de Israel sobe ao palco com seu live Etic, que ele mesmo classifica como: “deep psy prog”, seu som alternativo e psicodélico embalou a pista com músicas do seu último álbum até anoitecer. “Fiz esse set na última hora e fico feliz que público tenha correspondido tão bem. Estou muito feliz por tocar aqui no Brasil” – confessa Etay e alerta aos DJs brasileiros que estão faltando projetos de psy. Fábio Leal entrou em cena
“To curtindo tocar coisas diferentes. Hoje meu som é progressivo psicodélico”. E logo depois Gui Milani fechou a pista com muito minimal para os sobreviventes da respect.
Love in Stereo
“Love in Stereo” é o segundo álbum do famoso projeto Liquid Soul pela Iboga records. Estive com o produtor Nicola Capobianco que falou de sua nova empreitada.
Novo álbum
T.S. – Seu novo cd “Love in Stereo” já tem data certa para ser lançado?
Sim, será lançado em dois meses, de acordo com a Iboga records logo no início, dia dois de setembro.
T.S. – Como foi à produção?
Levou bastante tempo para ser produzido, mas está do jeito que eu queria, com muita emoção.
T.S.– E porque “Love in Stereo”?
Porque é o que melhor descreve o disco. É pura emoção, é a minha experiência com a música, e música é amor.
T.S. - Talvez por que esteja apaixonado nesse momento?
Talvez... (risos) mas antes disso o nome já havia sido escolhido e pensado.
T.S. – E já está tudo pronto para o grande dia?
Ainda falta finalizar algumas coisas, pretendo fazer isso quando voltar para casa.
T.S. – Será realizado algum evento para divulgar o novo álbum?
Com certeza que sim, mas não algo organizado por mim, mas pela Iboga records. Ela quem faz a divulgação, o marketing e organiza as festas.
T.S. - Já tocou novas músicas em suas apresentações?
Sim, às vezes solto uma ou outra música para ver a reação do público.
S.T. - E como a pista esta respondendo aos novos tracks?
Muito bem na verdade.
S.T. – Em 2006, quem mais vendeu música em toda a história da gravadora Iboga foi o projeto Liquid Soul com o álbum “Synthetic Vibes”. Quais as expectativas para o “Love in Stereo”?
Eu espero que venda mais que o primeiro, é claro! Tenho um pouco de receio devido à quebra no mercado, mas tenho um ótimo pressentimento que o público irá gostar e muito.
T.S. – E já tem previsão para mostrar seu novo som aqui no Brasil?
Tenho sim. Em dois meses volto ao Brasil para apresentar o novo álbum no Universo Paralello.
Nicola Capobianco
T.S. – O projeto Liquid Soul nasceu em 2001, antes dele você já tocava progressivo?
Sim, alguma coisa, mas antes do Liquid Soul eu toquei por mais ou menos 10 anos euro trance, um som mais comercial.
T.S. – Você acredita que o euro trance influenciou o som que produz hoje?
Com certeza sim.
T.S. – E quais foram essas influências?
Paul Van Dyk, Tiesto, Armin Van Buuren e muitos outros.
T.S. – Tocava só DJ set ou produzia também?
Tocava e produzia também.
T.S. – Pode citar o nome de algum projeto?
Samsica foi um projeto que me envolvi bastante.
T.S. – Porque não tem tanta gente produzindo progressive trance?
O prog é um som que não é muito fácil de ser tocado, é preciso experimentar mais, ousar, talvez seja por isso.
Psyte – Qual sua opinião sobre o futuro da música eletrônica no mundo?
Está crescendo e muito. Muitos países ainda estão descobrindo a e-music como o leste europeu e a Rússia. Logo o mundo todo estará na mesma sintonia.
T.S. – E no Brasil?
Para mim é o meu país favorito. Têm boas pessoas, “crazy people” (risos). Nos últimos anos, tenho passado em média de cinco a seis meses por aqui. São muitas festas e festivais. É um país muito grande. Apesar de a maioria ser adepta ao full on e agora ao minimal, o progressivo tem também seu lugar.
T.S. – Que DJ citaria de referências de prog no Brasil?
Malana, Sovietics e Shamamix, não tem muita gente não.
T.S. – Como é a cena progressive trance na Suíça?
Ótima! Não existem mais festas abertas por causa do frio e liberação, mas nas boates e clubes gay, como o que sou residente uma vez por mês, acontecem quase que todos os dias. A música é muito bem aceita.
T.S. – Depois da Suíça, seu país de origem e do Brasil, em qual parte do globo você sente maior sintonia da pista com o seu som?
Japão é “crazy”. Existem muitas festas grandes, open air e muitos clubes também. Apesar de o progressivo ter começado há três anos por lá, está crescendo muito e a galera responde bem.
T.S. – Como você descreve seu som?
Meu som sou eu, expresso minhas emoções, minhas experiências, as pessoas que vejo festas que freqüento. Sou bem eu, o prog para mim é muita emoção.
T.S. - Já pensou alguma vez em mudar de estilo?
Eu amo chill out e escuto muito, minimal tem muita coisa boa também, estou experimentando bastante essa linha no meu outro projeto.
Sleek
T.S. – E o Sleek?
O Sleek é um projeto de um ano atrás. Até agora tenho três tracks, mas só uma foi finalizada. Preciso de mais tempo para isso.
T.S. – E o que tem de diferente no Sleek?
Esse projeto é mais experimental, não há como classificar se é mais minimal, ou mais progressivo. Realmente não sei classificá-lo. Simplesmente estou produzindo o que sinto no momento. Em média a proposta é estar entre 125 e 128 bpms, algo mais lento.
T.S. – E pretende lançar algum álbum para esse projeto?
Com certeza sim, mas não para agora. Acredito que cada música será totalmente diferente uma da outra. Ainda não sei. Claro que se o público gostar investirei mais nele.
Earsugar
T.S. – E o Earsugar, seu projeto em parceria com DJ Martin, surgiu em 2004 e até agora não tem um cd próprio. Para quando será o álbum de lançamento?
Queríamos muito para o fim desse ano, mas não será possível devido à falta de tempo. Estamos viajando muito esse ano.
T.S. – Próximo semestre então?
Pode ser que sim, mas ainda não está nada certo.
T.S. – E já foi decidido o nome de algumas faixas e do primeiro cd do Earsugar?
Por enquanto ainda não. Não tivemos tempo, temos muito som ainda para ser finalizado.
T.S. – E quanto o Brasil terá a chance de ouvir o Earsugar?
Já estamos com a agenda confirmada para o UP e Liquid Soul está quase que certo também.
Mikrokosmos
Psyte – A parceria com o DJ Martin existe também na gravadora. Como surgiu a idéia de criar a Mikrokosmos Record?
Depois que nos conhecemos, nos tornamos melhores amigos. Começamos a produzir juntos e sempre sentíamos a falta de projetos na linha progressive trance. A partir daí, decidimos criar nossa própria gravadora.
T.S. – E como está a Mikrokosmos no mercado?
Bom, o mercado esta ruim no momento por causa dos dowlods e cópias produzimos cerca de dois CDs por ano, mas com muita qualidade.
T.S. – A Mikrokosmos já tem três lançamentos, um deles com a participação do DJ D-Nox, pode nos falar sobre eles?
Sim, todos são remixados pela própria gravadora. Os dois primeiros lançamentos “Labyrinth Essential 001” e “Labyrinth Essential 002” são ambos do clube Labyrinth em Zurich. O segundo foi remixado pelos DJs D-Nox e Mental X. Já o “Extrasensory Perception” é uma coletânea mixada por mim e pelo DJ com os maiores sucessos.
T.S. – E como foi à aceitação do público?
Foram bem vendidos. Temos muitos parceiros no mercado, além de sites e outras gravadoras.
T.S. – E a Mikrokosmos atende somente progressive trance?
Sim, da mesma maneira como a Iboga records.
T.S. – E o mercado de progressivo em específico, como está?
Crescendo! O problema é que são poucos artistas que produzem progressive trance no mercado. Existem ótimos DJs e produções, mas mesmo assim são poucos, dá para se contar nos dedos! Existem muitas festas! É bom para mim, mas o mercado pede mais.
Nova fase
T.S. – Você está namorando uma DJ brasileira?
Sim, a DJ Malana. Estamos juntos desde janeiro.
T.S. - Agora que namora uma DJ de prog também, já pensou em fazer uma parceria com ela e tocar algo juntos?
Não, nunca pensei nisso. Na verdade não gosto de tocar com outras pessoas, tenho uma linha própria. O único cara que toco é o DJ Martin, pois estamos no mesmo nível.
T.S. - Planos para o futuro?
Casar com ela (risos). Eu tento continuar trabalhando, viajando e conhecendo as “crazy peoples” em todo o mundo.
T.S. – Alguma nova produção?
Estão para surgir muitos remixes, a maioria com músicas do primeiro álbum. Tem também um remix feito para o novo cd do Ace Ventura que sairá em novembro deste ano. Vale à pena conferir!
T.S. – Além disso, alguma novidade em especial para algum evento?
Sim, estou produzindo um traço especial para o festival Vuuv, da Alemanha.
T.S. - E esse track já tem nome?
Tem sim, se chama “The profecy”.
T.S. – E para o Universo Paralello, algo especial?
Pensei nisso também, mas acho que todos pensam em fazer. Na minha opinião não tem como fazer algo a altura do UP.
T.S. – Por quê?
É difícil! Lá é o paraíso, é a melhor festa do mundo, pode ser que não fique bom o bastante.
T.S. – O que tocará no UP?
Basicamente o novo cd “Love in Stereo”, mas claro que com os sucessos anteriores.
T.S. - Algum país que sonha em tocar?
Nunca toquei na Tailândia, tocar e conhecer, nunca estive la.
T.S. – Quando você está longe de casa, do que mais sente falta?
Do chocolate ao leite, do meu chuveiro e com certeza da minha cama. Mas mesmo assim, adoro viajar e estar no meu país favorito.
"Qualquer coisa que a mente do homem pode conceber, pode, também, alcançar."
William Clement Stone