sexta-feira, agosto 07, 2009

Aids – Despreocupação faz aumentar números

Duplica casos de Aids na Amurel


“Ainda existe resistência da população em relação ao preservativo mesmo gratuito em todos os postos de saúde”, frisa Janete


Dos preservativos distribuídos, só 10% é recolhido pela população


Tubarão

Tatiana Stock


A Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) não é comum só em grupos de riscos como há alguns anos. Atualmente, o vírus passou a se espalhar de forma geral, sem distinção alguma sobre grupo social. E mesmo sendo um tema bem difundido a população ainda não se previne.

Em meio ano já se ultrapassou o número de casos de infectados por HIV em relação aos últimos dois anos em toda a região da Amurel.“É alarmante a falta na procura por proteção, as pessoas esquecem que além da gravidez e da Aids, o preservativo é uma segurança para todas as doenças sexualmente transmissíveis”, alerta Janete Zandomenico, enfermeira do programa de DST/AIDS da 20º Vigilância Epidemiológica de Tubarão.

Em 2007 foram notificados 94 casos, em 2008, 81 e em 2009, entre os meses de janeiro a julho, 102 casos foram confirmados em toda a Amurel, apresentando um aumento significativo no primeiro período de 2009. “Deve-se pensar três vezes mais, pois a cada pessoa que admite ter o vírus, três estão no anonimato”, explica a assistente social da Unidade Sanitária de Saúde de Imbituba, Marcela Leal.
Hoje além dos perfis convencionais, crianças, mães de família e pessoas da terceira idade possuem o vírus. O número de infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente, principalmente entre as mulheres. “Geralmente quem é casado a 20, 30 anos não tem o costume de usar camisinha e na maioria das vezes o marido trai a esposa e acaba trazendo o vírus para dentro de casa”, explica Marcela.
Rachel Copetti Véras, enfermeira responsável pela 19ª Vigilância Epidemiológica, diz que por vergonha grande parte das pessoas de cidades pequenas vão a outras localidades se tratar por medo de serem reconhecidas.


ENQUETE


A opinião dos tubaronenses sobre o uso do preservativo:• Valdirene Golart Machado, 23, caixa de loja. “Sou casada há três anos e não uso camisinha, confiamos um no outro e é muito incômodo”.
• Renan Cardoso, 17, estudante. “Não tenho namorada, então sempre uso camisinha”.
• Iraci Sabiatto Redivo, 52, escrituraria e viúva. “Uso preservativo em todas as relações, mas sou ciente de que a maioria da minha idade não faz uso”.
• Silas Pereira, 46, assessor parlamentar. “Não uso preservativo porque eu e minha esposa somos fiéis um ao outro”.
• Lucas Machado, 17, estudante. “Tenho namorada e sempre usamos camisinha, mas sei que muita gente por estar namorando deixa de usar”.

FOTO: Cristian Medeiros

Matéria impressa no jornal Notisul,Nº 2.748, ANO 10, quinta-feira, 6 de agosto.

terça-feira, agosto 04, 2009

Reduzir, reciclar e reutilizar: os três Rs da Fé


Os jovens da vizinhança: Pierre Lopes da Conceição, 18, Rodrigo Custódio Manoel, 18, e Jardel Batista Benedet, 13, posam para foto em frente à igreja que é exemplo para todos

Pela fé e por um mundo mais saudável, igreja ecologicamente correta dá exemplo de criatividade e persistência


Tubarão

Tatiana Stock


Inaugurada em Tubarão, no bairro oficinas, um pouco antes do natal de 2008, a igreja “Amigos de Cristo” é resultado de muita fé, criatividade, força de vontade, persistência e cidadania; transformando o “lixo que não é lixo” em um tempo ecologicamente correto.
Em quatro meses o eletricista, pastor e fundador da organização Jeremias Ferreira, com o auxílio de amigos e voluntários da comunidade, construíram uma igreja inusitada com mais de 10 mil garrafas pet.
Antônia Vergolino Medeiros, vizinha da igreja, tem três filhos e todos ajudaram. “Cada um deu R$ 10,00 para ajudar no cimento e sempre que dava trazíamos garrafas”, ela assim como todos da região não imaginavam como a obra poderia dar certo. “Nunca tinha visto algo desse tipo, quando vi não acreditei, foi muito rápido e deu certo”, empolga-se a dona de casa.
Para muitos a construção representa um exemplo de alguém que acreditou em um sonho e foi até o fim, como lembra Pierre Lopes da Conceição, 18, que ajudou desde o início e hoje se orgulha pela construção ecológica. “A galera sempre questionava se o pastor conseguiria ou não terminar a igreja, mas alguns acreditaram na força de vontade do pastor e ajudaram o quanto puderam”. O jovem que passou várias manhãs e tardes, entretido na coleta e construção, recorda que houveram dias em que Ferreira trabalhava até a meia noite.
Construção econômica e criativa
Foram economizados cerca de R$ 8 mil na troca de tijolos por pet, a vantagem da transparência do plástico traz iluminação a toda a igreja e constrói um mosaico de cores. Além das garrafas, a estrutura é composta por cimento, telha e um toldo feito com o paralama de uma carreta.



“Essa igreja dá uma motivação para acreditarmos que quando queremos algo temos que lutar para alcançarmos”, orgulha-se o jovem Pierre

Fotos: Cristian Medeiros

Matéria impressa no jornal Notisul, Nº 2.747, ANO 10, quarta-feira, 4 de agosto de 2009.

Icisa cessa produção mais uma vez


Trabalhadores estão apreensivos com a parada repentina da fábrica

Imbituba

Tatiana Stock


A primeira indústria cerâmica a se instalar no Brasil passa por problemas em algumas de suas máquinas e mais uma vez parou sua produção.
O grupo que era de 350, se resumiu a 210 trabalhadores, que fecharam um acordo junto com o sindicato, onde foi parcelado o que estava atrasado.
Das três unidades de produção, só uma estava em funcionamento, mas foi também desativada durante a última semana.
“Desde que retornamos, ainda estamos trabalhando com geradores e isso nos ocasionou problemas, além do vaporizador, e também da prensa”, explica o diretor industrial, Jovani Lacerda. Segundo ele, a empresa está produzindo metade da capacidade esperada e com muita dificuldade em decorrência das máquinas com defeito. “O forno continua ligado e a produção primária funcionando enquanto não se ajustam às máquinas, mas ainda não há previsão para a retomada, talvez quarta ou quinta-feira”, espera Lacerda.
Na última semana funcionários se reuniram em frente à fábrica como forma de protesto pelo atraso do salário do mês de julho, fato que no passado, já levou 350 ex-trabalhadores ao sindicato lutar por pagamentos atrasados.
O diretor industrial lamenta que o incomodo não seja sofrido só pela empresa, mas para todos que estão ligados a ela. “Isso é péssimo para todos. Por tabela, para os trabalhadores pela falta de pagamento, e suas famílias. Não produzindo, não se cria estoque e não se vende, atrasa tudo e acabamos até perdendo fornecedores”, enfatiza Lacerda.

Foto: Lorraine A Corrêa

Situação se repete e os funcionários estão novamente com medo do que possa acontecer


Matéria impressa no jornal Notisul, Nº 2.746, ANO 10, terça-feira, 4 de agosto de 2009.
"Qualquer coisa que a mente do homem pode conceber, pode, também, alcançar." 
William Clement Stone