terça-feira, julho 14, 2009

A falta de incentivo ao surfe nacional


Imagens da final do Hang Loose SC Pro, na praia da Vila, em Imbituba

A falta de patrocínio e incentivo ainda gera polêmica entre atletas do surfe no país

Imbituba

Tatiana Stock


O território nacional é o quinto maior em extensão no mundo, com 8.514.876 km2. Sendo que só o litoral tem 7.367 km, banhado pelo oceano Atlântico. Talvez seja esse um dos motivos por termos tantos amantes do surfe distribuídos em terras tupiniquins. Mesmo com tanto espaço para treino, faltam incentivos e patrocínios que movimentem mais o esporte.
A praia da Vila em Imbituba, foi a sede oficial do WCT Brasil durante o dia 27 de junho a 3 de julho de 2009. Escolhida pela qualidade das ondas, a cidade sediou o maior campeonato de surfe do mundo e trouxe muita informação a respeito do esporte. Conversando com alguns surfistas, muitos ainda reclamam a falta de incentivo no país.
“Acabou o WCT, e os atletas como ficam? É muito difícil ser atleta hoje em dia, principalmente pela falta de incentivo”, explica o surfista profissional Riomar Pereira Rodrigues, 26, o Kiko, natural de Imbituba, surfa a 14 anos na praia do Porto e a há três como profissional.
O atleta Rodrigo Soares dos Santos, 25, o Moa, surfa há 10 anos e está pelo segundo ano como surfista profissional. Para Moa o surf na região está crescendo a passos curtos, e aponta a falta de incentivo como o maior vilão. “O maior problema é a falta de incentivo, e uma estrutura básica, de apoio para serviços humanos, hoje temos o apoio da Físio Life, e da Hot Line, mas mesmo assim faltam parcerias”.
O editor do site Waves.com e dono do site surfbahia.com.br; Ader Oliveira da Silva, 28, trabalha no meio do surfe há oito anos e conclui que os estrangeiros ainda têm muito mais vantagens que os brasileiros. “Sobre os atletas, o estrangeiros tem muito mais oportunidades e o reconhecimento do esporte é muito maior fora do país. Os brasileiros são heróis, não tem metade da estrutura e continuam firme e forte”.
Uma das vagas do Hang Loose SC Pro foi para o alagoano, Bernardo Pigmeu, 26. Ele que mora na praia do Francês, em Alagoas, se profissionalizou em 2000 é desde então patrocinado pela Hang Loose. “Contei com a ajuda de muita gente para chegar até aqui, fui campeão pernambucano e brasileiro, até me chamarem, quando eu tinha 18 anos”. Para Bernardo o incentivo para o surfe vem crescendo, assim como novas marcas que estão surgindo a cada dia, mas mesmo assim ainda crê que o mercado brasileiro pode investir muito mais.


Ader cobre WCT desde 2004, além de ter participado de 2 etapas na Austrália, do mundial da Califórnia (2006) e seletivas do Pro Amador.


Kiko, atleta local que na luta de conseguir apoio de grandes marcas.


Fotos: Tatiana Stock

Matéria impressa no jornal Popular Catarinense, ANO VIII, Nº 986, terça-feira, 14 de julho de 2009.

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