quinta-feira, julho 16, 2009

Tonho Crocco

Mais brasileiro do que nunca



Por Tatiana Stock

Com mais de 30, influenciado pelo inconfundível Tim Maia e ha 17 anos na banda gaúcha Ultramen, Tonho Crocco deu um tempo com o grupo e partiu para um trabalho solo. É visível seu orgulho pela qualidade de seu novo “filho”, que segundo ele é “brasileiríssimo”.
No último sábado (11), Tonho Crocco se apresentou no Pico da Tribo, na praia do Rosa, em Imbituba. Mesmo a baixo de chuva o público esteve presente e pode prestigiar de perto o músico, vocalista do Ultramen, com os sucessos antigos e as novas canções de sua nova proudção.
O EP (CD com poucas faixas), Teto Solar, é o primeiro registro autoral do cantor e compositor que desde pequeno tocava flauta doce e cantava em coral. O trabalho é resultado de seis meses na big Apple, gravado em estúdio com a participação de Simon Katz (ex-guitarrista do Jamiroquai e da banda Gorillaz), que apresentou Tonho ao saxofonista e produtor brasileiro Zé Luís Olveira. Segunto Tonho, foi a união multicultural da cidade com traços brasileiros representados pelo berinbau, cuíca e as letras do artista. “Contém cinco músicas brasileiríssimas, com boas influências absorvidas durante minha estada por lá, junto com os músicos locais”, explica Tonho.
Gravado no formato SMD, para baratear o produto, o EP Teto Solar é uma mídia totalmente brasileira e segundo Tonho, vem sendo um aliado na luta contra a pirataria. “Como as lojas não ganham nada para repassar o CD, é quase impossível ser vendido em grandes mercados, só em festivais independentes, shows, pelo correio, internet e ainda é ecologicamente correto”, informa. As faixas se dividem em: Abre-alas (O carro destemido - influencia de afro beat), Teto Solar, Quadratura (feita em parceria com Zé Luís), Árida Saudade (declaração de amor ao Cartola) e Abre-alas (que marca a transição do Ultramen para o novo trabalho solo, que tem também uma versão remix com o DJ Chris Penny).
Quanto ao Ultramen, o músico afirma que o afastamento é algo saudável para todos e que a banda continua. “A gente se afastou porque é legal dar um tempo, a banda não morreu. O baixista esta na Califórnia, eu agora aqui, cada um em um canto”.
Sobre a cena de samba rock no Brasil, o músico enfatiza as principais cidades do movimento: São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. “O Rio é o suingue, mas foi o gaúcho Luiz Vagner, o primeiro que colocou a guitarra no suingue e transformou em samba rock”, explica.
O artista analisou as tendências lá fora e diz que o show e o som ao vivo voltou com tudo. “A música eletrônica vai continuar, mas a tendência é valorizar as “big bands””. Segundo ele, isso é perceptível pelo número de jovens tocando violão de sete cordas, bandulin e instrumentos antigos, antes abandonados e hoje super procurados. “Acho que é uma tendência. Há dois anos todo mundo estava só ouvindo música eletrônica, agora todos fazem som ao vivo, raiz mesmo. Tem uma galera que já está de saco cheio de coisas artificiais, querem algo verdadeiro, vivo. Porque o show é humano”.
Tonho se define como um porta-voz da paz e fez questão de aderir a marcha mundial pela paz e a não-violência e se colocou a disposição para contribuir em prol dessa causa. “Sou contra todo o tipo de violência, seja ela física, econômica, política, religiosa, e todas as outras. Temos uma missão aqui na terra e a paz está dentro disso”. Apesar de não estar inserido em algum tipo de religião, ele frisa sua simpatia pelo budismo e pela crença do cristianismo em ajudar o próximo.
Quanto a pirataria e a cópia de CDs, Tonho simplesmente rimou: “I DON’T BELEVE IN COPYRIGHT, YOU CAN COPY. RIGHT”(Eu não acredito em direitos autorais, você pode copiar, okay).
Para ter acesso a discografia completa de Tonho Crocoo e da banda Ultramen, é só acessar:www.tonhocrocco.com.

Discografia:

Em sua tragetória com o Ultramen produziu cinco discos, durante os 17 anos de trabalho: Ultramen (1998 – Rock it! Records), Olelé (2000 - Rock it! Records), O incrível caso da música que enconheu e outras histórias (2002 – Sum Records), MTV Brasil Acústico Bandas Gaúchas (2005 – Sony Music),Capa Preta (2006 – Antidoto / Acit Records), além também de ter sido o vocalista do De Falla, “Top Hits” (1998 – Cogumelo Records); foi um dos fundadores da banda Casa da Sogra, conhecida pelo samba rock gaúcho, auxiliou na criação da Big Band Tonho Crocoo e Brasilian sound Machine (2005), além de participar de inúmeras coletâneas de CDs e DVDs com artistas como Nando Reis, Papas da Língua e muitos outros.

Matéria impressa na capa do caderno Variedades do Jornal Popular Catarinense, ANO VIII, Nº987, sexta-feira, 17 de julho de 2009.

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