(fossa de raiz): A fossa de raiz não precisa de caminhão fossa e ainda contribui para o bom desempenho da sociedade e para o meio ambiente.
Imbituba
Tatiana Stock
Em locais onde não existe sistema de esgoto, a alternativa encontrada são as fossas sépticas, que apesar de não possuir uma estação de tratamento, realiza a separação e a transformação físico-química da matéria sólida. Mesmo assim o proprietário ainda tem gastos com desentupidor e muitas vezes, acaba poluindo o solo por infiltração e degradando o meio ambiente, sem contar o número de esgotos clandestinos encontrados nas cidades. Uma boa opção é a fossa de raiz.
Na fossa de raiz se mantém a primeira fossa proporcional ao número de pessoas da casa, impermeabilizada com cimento, ou por tonéis que existem no mercado, já a segunda, pode ser também forrada com cimento ou por uma lona grossa. De acordo com a bióloga Sandra Severo, na base se joga o maior número possível de entulhos, como: pedra, tocos, pneus, conchas do mar, tudo de vários tamanhos, até o topo do buraco. “Quanto mais diferenciada a superfície da fossa (com pedras, conchas e pedaços de madeira) melhor para as bactérias trabalharem e filtrarem a água”, explica.
Logo após, são introduzidas plantas de folhas largas, para que a água possa evaporar, como: bananeira, costela de adão, junco, mamoeiro, batata doce, taiá e etc. A vantagem desse sistema é que não precisa de caminhão fossa e ainda contribui para o bom desempenho da sociedade e para o meio ambiente. “A fossa de raiz pode ser feita a partir da convencional, e o resultado é ótimo”, complementa a bióloga que trabalha a dois anos no projeto ambiental Gaia Village, que além da fossa séptica presta serviços ambientais a toda a comunidade. Sandra conta que quando as crianças de escolas da região conhecem o projeto, sempre experimentam as bananas da fossa de raiz sem preconceito algum, pois entendem que a fruta cresce sem qualquer diferença das demais. “Os pequenos comem as bananas e ainda elogiam pela doçura da fruta”, alegra-se a profissional.
Dicas para um tratamento ecologicamente correto:“A maioria das pessoas pensa que só porque não está vendo está resolvido”, enfatiza a bióloga sobre o descaso da população quanto ao esgoto.
Ao construir uma casa, separar os encanamentos das águas negras (vasos sanitários) para a primeira fossa, e águas cinza (pias, chuveiros e tanques), para a fossa de raiz.
Importante: A água da pia da cozinha deve passar por uma caixa de gordura, pois se esta for jogada nas raízes das plantas vai matá-las. As águas negras passam por uma fossa séptica (lacrada), onde fica o material sólido e daí para uma zona de raízes, que substitui o sumidouro. Dessa forma, a água é consumida e evaporada pelas plantas, sem contaminar o solo e as águas subterrâneas.
Fotos: Tatiana Stock
Matéria impressa no jornal Popular Catarinense, Ano VIII, Edição:971, sexta-feira, 22 de Maio de 2009.
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