quarta-feira, maio 13, 2009

Mercado de reciclagem é um bom investimento




Mesmo com a crise financeira a reciclagem é uma atividade promissora e ainda pouco explorada na região

Imbituba
Tatiana Stock

O que é feito com o lixo que sai da cada de cada cidadão? Por enquanto a população ainda não criou consciência de que o lixo deve ser separado, pelo menos em orgânico (restos de comida, cascas de frutas e outros) e inorgânicos (materiais recicláveis), mesmo assim alternativas foram criadas e empresas ganham o mercado nesse segmento.
O lixo de Imbituba depois de recolhido é encaminhado ao aterro sanitário de Laguna. Mas muitas vezes só uma parte chega a Laguna. Muitos caminhões são entregues a Cooperzimba (Cooperativa de trabalho dos catadores de material reciclável de Imbituba) e de lá feita uma triagem ou revendido a empresas terceirizadas que também separam os materiais para depois revender a grandes indústrias. A separação é feita manualmente em sacos, depois vai para a prensa.
Outra empresa dentro da cidade que também faz esse trabalho é a Zimplast, um dos proprietários explicou que em empresas como a dele, é feita uma triagem onde o material é classificado, depois é vendido para as fábricas daí sim é lavado, e moído, de acordo com o objetivo final do produto. “Muitas vezes o catador pega, separa o lixo, vende para o depósito e eu compro do depósito. É praticamente terceirizado, eu pago um pouco mais caro, mas vale à pena. Chegando aqui, separamos tudo, classificamos em tipo de plástico, prensamos e daí vendemos”, Rubian Bressan.
A empresa faz dois anos em setembro, tem seis funcionários, e produz de 20 a 25 toneladas de plástico tipo pet e garrafas de amaciante por mês, fora o plástico seco que é vendido em sacolas e revendido para todo o estado. Por dia são vendidos de 800 a 1200 kg de plástico. O custo para esse tipo de empresa não é alto, é necessário um espaço físico, galpão para a triagem, caminhão para a coleta e venda do material e pelo menos uma maquina para prensa, que gira em torno de 10 mil reais. Já uma usina de reciclagem, com máquinas para moagem têm um custo maior, em torno de 500mil reais, dependendo do tipo de equipamento.
“Sai do meu emprego sem saber de nada, aos poucos fui aprendendo. O mercado de SC é aberto, e está em expansão. Para mim a reciclagem foi a melhor coisa que aconteceu, ao invés de empregado, tenho minha própria empresa, sou funcionário e patrão ao mesmo tempo porque também ponho a mão na massa”, justifica.
De acordo com Bresson, a crise afetou bastante o mercado de recicláveis, despencando o preço, mas mesmo assim todo o material recolhido é comercializado.
Segundo Pedro de Jesus Monteiro, um dos administradores da Cooperzimba, a Crise afetou bastante o catador de rua, que perdeu no preço do quilo dos materiais como exemplo citou a lata de bebidas que o valor do kg estava entre R$2,50 e R$3,00 e agora caiu em torno de R$ 1,00, sendo que para se chegar a um quilo são necessárias 65 latinhas.
Um dos administradores da Cooperzimba, Pedro de Jesus Monteiro diz que em média 30 toneladas de material são separados por dia, de segunda à sábado. A cooperativa tem vínculo com a prefeitura, com sistema de comodato, sendo que onze pessoas trabalham na empresa que existe há cinco anos e meio no bairro da Divinéia.
A cidade ainda não investiu em um trabalho para a população separar o lixo, mas qualquer um pode fazer sua parte separando dentro de casa. A Reciclagem é resultado da preocupação com a qualidade de vida, unida a um modelo de desenvolvimento sustentável e inteligente. Com o surgimento da reciclagem, vários tipos de produtos passaram a ser reciclados, criando desta forma novas atividades, com isso, presume-se um mercado promissor e ainda pouco explorado.



“É trabalhoso, mas bem gratificante, pois também estou ajudando a manter a cidade limpa”, completa Bressan.

Fotos: Tatiana Stock
Matéria impressa no Jornal Popular Catarinense, Ano VIII,edição: 968, terça-feira, 12 de maio de 2009.

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